Após 'divórcio' com Musk, Trump desiste de indicar aliado do bilionário para o comando da Nasa
01/06/2025
(Foto: Reprodução) Jared Isaacman seria sabatinado pelo Senado dos EUA na próxima semana, mas será substituído. Decisão coincide com a saída de Musk do governo. Em despedida cheia da pompa e honrarias, Elon Musk deixa cargo na Casa Branca
A Casa Branca retirou a indicação de Jared Isaacman para comandar a Nasa. O bilionário e astronauta privado, aliado de Elon Musk, seria sabatinado pelo Senado dos Estados Unidos na próxima semana, mas teve seu nome removido da disputa de forma abrupta neste sábado (31).
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O presidente Donald Trump afirmou que vai anunciar em breve um novo nome para liderar a agência espacial. "Após uma análise minuciosa de associações anteriores, estou retirando a nomeação de Jared Isaacman para chefiar a Nasa", escreveu Trump em sua rede Truth Social.
"Anunciarei em breve um novo indicado que esteja alinhado com a missão e que coloque os Estados Unidos em primeiro lugar no espaço."
O presidente e a Casa Branca não explicaram os motivos para a retirada da indicação. A decisão pegou o setor aeroespacial de surpresa e coincidiu com a saída de Musk da chefia do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).
Uma fonte da agência Reuters com conhecimento no assunto afirmou que Musk ficou desapontado com a desistência da indicação. "É raro encontrar alguém tão competente e de bom coração", escreveu Musk sobre Isaacman no X.
Também no X, Isaacman agradeceu a Trump e ao Senado e disse que, apesar da turbulência, há "muitas pessoas competentes e dedicadas que amam este país e se importam profundamente com a missão" da Nasa.
Isaacman era visto com bons olhos por parte da indústria espacial, mas enfrentava resistência no Congresso por seus laços estreitos com Musk e com a SpaceX — empresa na qual ele investiu centenas de milhões de dólares em voos privados. Ele também fez doações para o Partido Democrata em eleições anteriores.
Durante a sabatina em abril, Isaacman tentou equilibrar o plano atual da Nasa de voltar à Lua com a pressão para focar em uma futura missão tripulada a Marte. Ele afirmou que os EUA poderiam se preparar para ambos os destinos.
Caso fosse confirmado, Isaacman teria que trabalhar em meio ao plano de orçamento de Trump para 2026, que prevê cortes profundos em dezenas de programas científicos e a demissão de milhares de funcionários da Nasa. O pacote, revelado na sexta-feira (30), foi classificado por defensores do setor como devastador.
Cientistas e servidores da agência reagiram com preocupação à mudança. Para o astrônomo Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center, a decisão representa "uma má notícia para a Nasa", que enfrenta cortes severos e agora está sem uma liderança definida.
O nome do ex-tenente-general da Força Aérea dos EUA Steven Kwast, defensor da criação da Força Espacial Americana e apoiador de Trump, passou a circular como possível substituto, segundo fontes próximas às discussões.
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REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
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